Eu tinha certeza que ia rolar pelo menos um ~textão~ aqui no blog durante esse período da gravidez, só não sabia que ia ser tão cedo. Já falei aqui antes sobre a liberdade que as pessoas acham que têm em tomar conta do peso dos outros, lembram?
A gravidez é com certeza um período mais delicado e sensível pra mulher. Não só pela própria carga hormonal, mas por todas mudanças, anseios e inseguranças. O lado legal, é que quase todas as pessoas ao redor conseguem captar essa sintonia, vêem uma certa magia na figura da gestante e são mais amáveis que o normal.
Quase todas. E aí, antes de começar a parte polêmica, quero dizer que eu sei, que algumas não fazem por mal. Inclusive amigas e leitoras queridas estão incluídas aí. Mas acho que esse tipo de debate tem que acontecer, pra que quem faz sem querer, passe a enxergar o outro lado da coisa. Ficar calada diante de algo que a gente não acha certo, não traz evolução.
Os comentários chatos que eu tenho recebido são sempre à respeito do tamanho da barriga. Porque não basta que nós mulheres sejamos medidas a vida inteira, é claro que a vigia continuaria nessa fase, não?!
A vida toda: a bunda não é grande o suficiente, a barriga não é chapada o suficiente, o cabelo não é liso o suficiente, a perna não é fina o suficiente, a pele não é bronzeada o suficiente… Tem gente que parece que já te olha com a fita métrica na mão! É uma constante pressão em um ideal de beleza inventado que esgota a gente. A novidade é que agora aparentemente minha barriga é grande demais pra uma grávida de 15 semanas.
MINHA BARRIGA. MINHA.
Parece que existe uma convenção de pessoas inconvenientes que definiu o tamanho perfeito da barriga da grávida. Nem grande nem pequena demais, eles dizem. Porque se a barriga não aparecer em determinado mês, também é um problema pra essas pessoas.
Ontem eu recebi um comentário assim: “Lia, ou você está fazendo a contagem de semanas errado ou tem dois bebês aí”. Esse foi só um de vários, viu?! Amigas minhas perguntando se eu tinha certeza que não eram dois. Claro querida, eu pedi pro outro bebê se esconder nos ultrassons pra surpreender o pai. Em agosto, durante o parto, vou gritar SURPRESA e contar que são gêmeos, bora dobrar o enxoval. kkkk
Se eu fosse escrever um manual de bom senso, acho que a regra seria: a pergunta que você vai fazer vai deixar a grávida sem ter o que responder? Então não a faça.
Esse tipo de comentário é completamente infundado, cada mulher é de um jeito, portanto as barrigas e úteros são diferentes. E digo mais, nessa fase, não tem nada a ver com o tamanho do bebê. “Seu bebê vai ser grandão, né?” – Amiga, você é vidente ou veio do futuro? Isso aí o médico me conta no último trimestre. Parem de comparar mulheres. Aliás, um apelo ainda mais importante: mulheres, parem de comparar mulheres, tenham mais empatia.
Criar praticamente “do nada” um ser humano por 9 meses dentro da gente, é uma coisa muito doida que as vezes nem parece real. A única coisa ~material~ que eu tenho pra viver esse sonho enquanto o bebê não chega, é minha barriga. E ela está linda, eu me apaixono pelo meu bebê todo dia por causa dela. Exibo orgulhosa, coloco roupas justas, nela recebo o carinho do meu marido, boto a mão segurando pras fotos, empino mesmo!
Falo por mim e por outras grávidas que não precisamos de qualquer comentário que possa gerar repressão insegurança a respeito de “estar grávida demais” ou “não estar grávida o suficiente”. Tá entendido?
>> Escrevi esse texto e tirei essa foto há duas semanas, mas fiquei na dúvida devia ou não postar esse post. Estou atualmente com 17 semanas… mas os comentários continuam… :P
PS: Gente, “barriga grande linda” é diferente de “tá esperando gêmeos?” viu? Não se preocupem! ♥